domingo, 23 de janeiro de 2011

E Os Pingos De Chuva Continuam Caindo Na Nossa Cabeça...

Outro dia eu estava assistindo Forrest Gump (que tem uma das melhores trilhas sonoras do mundo!), e fiquei com a música “Raindrops Keep Falling On My Head” na cabeça. Confesso que foi mais por ouvido o CD da trilha sonora do filme do que por causa do filme em si, mas só fui ouvir o CD porque vi o filme. Enfim... Uma coisa leva a outra. Depois, fui procurar a letra e tal, pra ver se conseguia tocar, e me encantei com a letra:

Gotas de chuva estão caindo em minha cabeça
E igual ao sujeito
que já não cabe mais em sua cama,
Nada parece se ajustar.
Esses pingos de chuva estão caindo em minha cabeça
Eles continuam caindo

Então eu bati um papo com o Sol,
E falei que não gostava
Do modo que ele fazia as coisas:
Dormindo no trabalho
Esses pingos de chuva estão caindo em minha cabeça
Eles continuam caindo

Mas há uma coisa, eu sei,
A tristeza que elas me enviaram
Não me derrotarão;
Não vai demorar muito
Para a felicidade me encontrar

Pingos de chuva continuam caindo em minha cabeça,
Mas isso não significa
Que meus olhos logo ficarão vermelhos.
Eu não sou de chorar
Porque eu nunca vou parar a chuva
Reclamando
Porque eu sou livre,
Nada está me preocupando!



A Liberdade deve mesmo ser o maior dos dons. Essa liberdade que a gente tem de ir e vir, de pensar e falar o que nos for conveniente. Isso é fantástico. Em tempos tão difíceis (digam nossos irmãos no Rio de Janeiro), ainda encontramos tanta gente sorrindo e agradecendo por estar vivo, e aí a gente se dá conta que estar vivo já é um grande milagre. Agradecer pelo milagre de abrir os olhos pela manhã deveria ser uma obrigação de todos nós.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Olho contra olho

Tanto se diz sobre os olhos, e as coisas que eles dizem e tal, que às vezes a gente jura que sabe alguma coisa por causa da maneira como determinada coisa "olha" pra gente, como uma pessoa olha e tudo mais. Tem aquela química do olhar, que é aquela que a gente fica certo que a paquera é perfeitamente possível, afinal de contas ela já começou ali, nos olhos; tem o ódio certo e explícito que aquele olharzinho lateral faz questão de deixar claro, e tem também o olhar da esperança de algo que tem de acontecer quase que instantaneamente, que é aquele bem aberto, levemente lacrimejado, brilhante, que geralmente vem acompanhado com o movimento das mãos rumo ao rosto, mas que acaba parando na região do peito. Tem também o olhar 43, que não compreendo até hoje, mas suspeito que tenha algo relacionado com aqueles olhares do tipo “sou sexy” que as menininhas gostam de por no Orkut (até porque, hoje não se bate foto pra se ter lembranças, se bate pra por no Orkut); tem o olhinho do big brother, que infelizmenteestá voltando pra gente jurar que não gosta de ver e que não faz a menor diferença na nossa vida, mas a gente volta correndo pra casa pra saber quem vai pro paredão; tem os olhos do cats, que é fantástico; e o olho que por si só é absoluto e não adianta nenhum olhar que possamos fazer ainda que treinado, ele sempre será o preferido, que é o olho azul.

O indivíduo pode ser o cara mais feio do mundo, mas se o olho for azul, já era. Você está em segundo plano. É que nem Coca Cola. Ela pode ser a única na gôndola, das no meio de tantas outras garrafas, ela sempre será nossa preferida. Trocaríamos um fardo com seis Pepsi por uma Coca, uma única Coca Cola.
Enfim... Eu tava lendo uns negócios e achei num Xerox dobrado no meio de um outro livro uma poesia chamada OLHO CONTRA OLHO. Se alguém souber o nome do autor, por favor, contem pra gente! Aqui, os olhos tem personalidade, e creio que todo mundo, sem exceção (até os olhos azuis estão inclusos) tem os olhos assim.

Meu olho cotidiano
é o meu olho direito.
Com ele é que espreito
o largo panorama
que o dia me desdobra,
as crianças na praça,
e o jornaleiro na esquina,
as obras na Prefeitura
e os cachos das acácias

É um olho certo, correto,
que não vê de través
e vai direto às pessoas
com um jeito cordato
da cabeça aos sapatos,
e lhes dá boa tarde
com humildade e respeito.

Um olho geral, cabal,
risonho e bisonho,
que se admira e louva,
vê as andorinhas no vôo
e as galinhas ciscando
no espaço do quintal.
Um olho sóbrio, abstêmio,
com seu regime frugal.

Meu olho esquerdo, esse,
que olho mais safado!
que espia pelos cantos,
pelos vãos, os interstícios,
onde não é chamado.

Enquanto o outro se desvia
ele vai na contramão,
e olha os seios, as ancas,
acaricia as coxas
da mulher do vizinho.
Se o direito vê exato
o esquerdo lhe disputa
a ciência e o recato
e ri nas entrelinhas.

Esquerdo, olho do Demo,
que no defunto composto
não vê o rosto beato,
vê a mosca em seu nariz,
e os pecados enroscados
no pescoço da viúva,
a quem dá os pêsames
mas belisca no braço.

Fechado o olho direito
dorme nos lençóis do leito.
Mas o esquerdo passeia
no quarto, e contempla
a mulher que se despe.
Vê onde o outro não vê,
descrê do que ele crê,
esse olho atrevido
que pisca nas esquinas
e percorre as madrugadas,
quando o outro, tranqüilo,
dorme e sonha com os anjos.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Viva la vida

por Luan

Primeiramente, peço desculpas a nossos fieis leitores e a meus coompanheiros do blog Lucas e Tamires, depois de minha férias ausencia.

Ano novo, alguns desejam vida nova, e esquecer erros do passado. Então venho falar sobre nossas vidas, claro que erramos faz parte de nós, porém não dá pra simplesmente virar as costas e seguir mesmo muitos vezes parecendo bem mais facil fazer.



Temos que aceitar e corrigir os tais erros, as vezes não temos apoio algum é difícil, mas o que é pra gente ninguém pode passar por nós. Por isso ano novo vamos continuar a fazer o certo mesmo que complicado seja e suportar e superar o que está reservado, pois são frutos de nossas escolhas sejam boas ou infelizes, como diz um trecho de uma música sempre há uma música do Mato Seco, banda de reggae paulista, amo o reggae mas fica pra outro post, que se chama "Tem Que Viver" :


Tem que viver e deixa viver.
Tem que reinar e deixar reinar.
Aceitar aquilo que pra você.
Saber que cada um tem seu lugar.
Teoria e pratica não são iguais.
Falar é mais do que fazer.
Mas o seu destino é você quem faz.
Saiba o que plantar para colher.
Corre, Corre, mas não pode fugir.
Corre, Corre, mas não pode se esconder.
Daquilo que você tem que aprender.
De tudo que você tem que viver."

O Caderno

Ontem à noite eu estava olhando algumas coisas antigas, guardadas naqueles lugares que a gente só mexe uma vez por ano pra tirar o pó e me dei conta de um caderno que fazia algum tempo eu nem o abria. Na realidade, ele de fato não tem grandes anotações, mas por um momento, fiquei olhando aquelas páginas em branco pensando como poderia preenchê-las. Há uns dois anos atrás eu tinha um diário, tipo o diário de Doug Funnie, sabe?

Eu não era assim, tão constante em escrever nele. Era quase um semanário. Mas quando escrevia, ficava inspirado (uia!). Sei que, dois anos depois, consegui preencher dois cadernos. Tem gente que diz que essas coisas servem pra ficar remoendo o passado, e quem vive de passado é museu. Prefiro recorrer ao Godofredo Guedes e pensar que estou relembrando aventuras passadas. Ou um passado feliz com alguém (Pra conhecer o que estou falando tem o vídeo da canção no fim dessa postagem). Quando não se tem grandes e constantes companhias, recorrer aos prazeres da vida as vezes resolvem. Gosto de escrever, de cantar, de falar, de tocar piano. Não se trata de uma forma de fugir do mundo, mas caso seja e eu esteja de fato mentindo pra mim mesmo, é melhor do que manter a mente vazia. São lembranças de um mundo antigo. Lembranças pra posteridade.

Carlos Drummond quem disse, certa vez, sobre uma “Clara [, que] passeava no jardim com as crianças. O céu era verde sobre o gramado, a água era dourada sobre as pontes, outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados, o guarda civil sorria, passavam bicicletas, a menina pisou a relva para pegar um pássaro, o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranqüilo em redor de Clara”

“(...)
As crianças olhavam para o céu: não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia perigo.
Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos.
Clara tinha medo de perder o bonde das onze horas,
esperava cartas que custavam a chegar,
nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim, pela manhã!!!
Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!”

E vendo meu caderno, me surpreendi com a primeira coisa que escrevi, logo na primeira página. Uma frase de Paulo Leminski, que devo ter achado na época em que trabalhei numa biblioteca:

“Abrindo um antigo caderno foi que descobri: Antigamente eu era eterno”.


Clara, Drummond, Leminski, Godofredo, Toquinho (que fez uma homenagem ao nosso amigo caderno, que você confere logo abaixo), eu, você. Certamente também éramos.


O CADERNO -TOQUINHO


TRIBUTO À GODOFREDO GUEDES - CASINHA DE PALHA - CANTAR